Lembro-me quando, ainda estudante de Astrologia, perguntei à Margot como é que via a morte no mapa astral. Ela me olhou nos olhos, com a profundidade que só Escorpião concebe, e disse: Ah, isso você vai ter que descobrir sozinha.
É claro que foi o bastante para que eu iniciasse a investigação. Com um Sol de casa 8, esse assunto sempre me atraiu. Mas, eu sabia que não poderia ser assim tão óbvio, relacionar a morte do corpo com o signo de Escorpião e a casa das transformações.
Passei alguns dias analisando mapas de
pessoas falecidas para ver se encontrava a resposta. Afinal, se podemos
enxergar no mapa astral todos os aspectos da vida, o fim não poderia ficar de
fora.
Conforme o mistério se revelava, eu aprofundava
o pensamento sobre a questão. Percebi que, para alcançar o que eu buscava, eu
teria que ir além do meu próprio medo de morrer e isso passava por compreender
melhor o que é a vida.
Recordo ter passado por uma fase de
muitos sonhos e insights. Refleti sobre o que eu acreditava sobre o que viria após
a morte e também sobre o propósito da existência.
A grande revelação foi perceber que não
importa como, quando, onde vamos morrer ou o que vem depois, mas o que fazemos
com tempo que temos aqui. Tempo. É tudo sobre isso. E eu suspeito que ele não
exista. Descobri que acredito na eternidade e que, o que humanamente chamamos
de um segundo, pode conter uma vida inteira.
Quando alguém próximo morre, é comum a
gente ser levado a pensar sobre a vida ou a finitude dela e lembrar que precisa
desligar o piloto automático e viver mais intensamente. De repente, nos damos
conta de que há um prazo de validade para cada um de nós.
Você viveria de forma diferente se
soubesse que só tem mais 3 meses de vida?
Então, é isso. Temos todos apenas mais 3
meses de vida. Ou 30 anos. Ou 3 dias. Ou, quem sabe? O mistério sobre o fim
deveria servir para nos impulsionar a aproveitar melhor cada instante de vida
que temos. Valorizar o que realmente importa, tomar a direção correta, que
nunca é a que o ego nos impõe.
Não é na casa 8 que acontece a morte,
mas é lá que acontece a transcendência dessa questão. A morte deve continuar a
ser um mistério até que nós possamos entender o que significa o presente e
assim nos eternizar.
Só podemos viver no presente, no agora,
ainda que a mente teime em nos levar para o passado ou o futuro, muitos mestres
já nos alertaram para isso. Não é fácil, trata-se de trabalho para uma vida
inteira, mas temos a missão de sermos a melhor versão de nós mesmos para irmos
além.
Desligue o seu piloto automático e viva
cada dia como se fosse o último.
Um comentário:
Excelente seu texto e sua explanação a respeito da casa 8 ,ou sobre a morte . A morte não existe . Não tenho medo da morte ,mas de morrer sim " Gil" muito bom Débora . Vamos viver como se tivéssemos 3 dias ou 3 horas ...
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